bruta, ciega, sordomuda, torpe, traste, testaruda

“Eu gastei muito dinheiro nas férias e até o fim do ano virão despesas pesadas e já apareceu o imprevisto dos ventiladores, tive que substituir os 3 ventiladores de casa, e tem o guarda-roupa da mamãe, a reforma no apartamento, o no-break do escritório, eu realmente preciso apertar os cintos e… ah, não…”

saki

Não tem playlist Música Latina 2017 :-/

Eu sei que quando choramingo que tive semanas com 4 aulas por disciplina, tendo que ler cerca de 30 páginas por aula, mais resumo, fichamento, exercício e videoaulas, ninguém fica com pena de mim. “Já começou Latim?” é a pergunta de menosprezo favorita do pessoal.

Pra ler alucinadamente no ônibus e no trem, eu tive que parar de ouvir música. Troquei o fone bluetooth por um tampão de ouvido!

Desde novembro  de 2016 ouvi só esses discos:

  • Barro – Miocardio (Barro é o cantor, Miocardio é o nome do disco, avisando porque eu mesma vivo esquecendo…)
  • Bruno Souto – Forte
  • Francisco El Hombre – Soltasbruxa
  • Paula Cavalciuk – Morte & Vida
  • Juanes – Hermosa Ingrata

E nada me empolgou.

Sabe o que me empolgou? O que eu colocava pra tocar quando não aguentava mais gregos, troianos, linguistas genebrinos, menus totalmente nonsense do LibreOffice Impress e metáforas indecifráveis? Lu & Robertinho, com sua série de QUINZE discos Sertanejo Mashup. E Ed Sheeran.

E tem outra: estou sentindo uma mudança de perfil: de a louca por novidades, cada vez mais passo a me comportar como a que quer ouvir as mesmas velhas músicas de sempre.

 

 

 

Intertextualidade

Duas paixões d’além-mar: Pessoa e Deolinda.

Presságio

Fernando Pessoa

O AMOR, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p’ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente…
Cala: parece esquecer…

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
P’ra saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar…

 

 

 

Como andamos com a Música Latina por aqui?

Ouvindo pouca coisa. Tempo livre no ônibus é para ver videoaula, sofrer com as apostilas de geografia e ouvir podcasts. De vez em quando eu lembro de ouvir e cantar música em espanhol porque he elegido español como lengua extrangera en los exámenes…

Aí eu me espantei com notícias sobre o sucesso de Reggaetón, Maluma e Luis Fonsi no Brasil ¬¬ Estão ouvindo e gravando reggaetón farofa com 10 anos de atraso 😀

O que eu tenho de novo pra mostrar é Mon Laferte. Pop folk rock com a elegância das cantoras chilenas e a energia da música mexicana, já que ela viveu um tempo no México. Não sei se ela teve alguma repercussão no Brasil. Peguei minha filha escutando o disco Mon Laferte, de 2015 (3 músicas na minha Playlist Música Latina 2016). E minha filha é da tribo dos coreanos 🙂 O disco de 2017 se chama La Trenza. Monserrat Laferte é maravilhosa.

 

 

 

Música Latina 2016

Contratei Marcelo como autor da seleção das melhores músicas do ano!

Aí chegou Agosto, eu chamei Marcelo e disse:

– Está na hora de cortar.

– E você acha que eu vou cortar alguma música do Choc Quib Town? E por que Deolinda não está na lista?

– Porque ele está na lista. O disco inteiro. Agora que é hora de cortar ele entra.

Depois de muito sofrimento e altas concessões (Ele é o roqueiro e cortou minhas bandas de rock espanholas todas!), além de uma grande surpresa (peguei Filhote cantando Mon Laferte, cantando em espanhol pela primeira vez, oooooooouw), eis a lista mais aguardada da internet!

Time colombiano

Contra a invasão portuguesa no meu radinho, a Colômbia recrutou Carlos Vives e Shakira em sua velha e boa forma, com reggaetón e vallenato. Pegaram pesadíssimo.

Choc Quib Town, a banda mais divertida das Américas

Monsieur Periné, foi a primeira a entrar nesse setlist ano passado, mais uma banda inovadora e divertidíssima da Colômbia

Caly y el Dandee – Uma dupla de regaettón, me julguem. Coloquei pra tocar no trem, perdi a estação de transferência e só percebi quando cheguei em outra cidade 😀

Esquadra Espanhola

Sim, eu reclamei das baixas e mesmo assim temos Amaral e Bebe, rock feminino em espanhol. Em uma linha mais pop, Georgina

Argentinos!

Dois veteranos: kevin Johansen e Las Pastillas del Abuelo

Chile

Mon Laferte – A blogueira que me apresentou descreveu como “Natália Lafourcade Gótica”. É música pra cantar aos berros, chorando e borrando o rímel.

Portugal

Deolinda

Ok, eu só conheço 3 bandas portuguesas e só uma está na ativa, mas é a melhor banda em língua portuguesa de toda a CPLP. E A Ana é muito muito muito diva, e isto dito por alguém que nasceu no país da cantoras divas.

Brasil

Se eu não escutasse mais brasileiros o governo disse que extinguiria o MEC e a minha setlist.

Bruno Batista – mais um velho conhecido, amo muito esse maranhense

As moças dos programas de canto da tv – Khrystal e Lucy Alves participaram desses programas de competição de canto, que eu abomino. A Lucy Alves também fez uma novela que eu não vi nem um capítulo. Não, nem quando o cara morreu. O algoritmo do Spotify me apresentou os discos e eu caí de paixão por elas.

Rael – “o disco do Rael não tá na lista porque ele está inteiro na lista”, todo ano de disco do Rael é o mesmo sofrimento!

Zeca Baleiro – quem não gosta do Zeca. bom sujeito não é!

A Setlist!

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É show!

Zerando a vida no quesito shows:

✔ Legião Urbana

✔ Paralamas do Sucesso

✔ Skank no final dos anos 90

✔ Djavan no final dos anos 90 – a gente ouviu o show sentado no estacionamento, mas tá valendo 🙂

✔ Los hermanos antes do Disco 4

✔ O Rappa

✔ Angélia e Kelly Key (não pergunte)

✔ Julieta Venegas

✔ Café Tacuba – a melhor banda do mundo de todos os tempos

✔ Deolinda – paixão atual e avassaladora

Juanes e Shakira de antanhos seria bom, hoje não quero mais :-/

Falta quem?

Kevin Johansen e Amaral

 

Deolinda na Praça XV -10/06/2016

Pense numa pessoa feliz 🙂

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Foto captada no Facebook de pessoas. Apesar de ter ficado muito perto do palco eu não fotografei nada. Na hora do show eu só me preocupo se a platéia está pulando e cantando suficientemente alto.

De início não estava. O show começou com a poderosa “O Fado não é mau”. Deolinda não precisa deixar hits pro meio e pro fim. É daquelas bandas com discos cheiros de hits, que tem que escolher quais ficam de fora do setlist.

O show avançou e tinha mais gente cantando – com sotaque brasileiro. O setlist privilegiou as músicas mais agitadas.Em Um Contra o Outro, todo mundo pulando e de braços pro alto. Só achei que na Garçonete nós tínhamos que transformar a Praça XV no terreirão do pagode. Mas Marido tem uma teoria sobre o porquê pagode não rolou.

A proximidade com a Candelária trouxe manifestantes. à platéia. Encheram o saco, pero no mucho. Pra esses defensores de partido e de políticos, só uma coisa a dizer:

Não fui eu quem meteu água mas agora estou
com água pelo pescoço
Ninguém me salvou
Ninguém salva ninguém, está visto
Isto é o salve-se quem puder
E quem podia salvar-nos disto
Ai é isto o que quer, é mesmo isto que quer
(Bote furado, uma música sobre a situação brasileira portuguesa buguei)

Foi tão bom (foi maneiro, como disse a Ana) que no meio do show eu já tinha zunido com o casaco e fiquei só de regata. E cantando bem alto. E pulando com a perna esquerda, que o joelho direito pifa aos 30 minutos de show. Hoje eu acordei com a cervical em chamas, e isso porque já estou há uma semana em tratamento, se não estivesse nem levantava da cama. Deve ser assim que a Véia e o DJ acordam no dia seguinte da balada 🙂

Sabe a minha listinha anual das Músicas Latinas e melhores discos do ano?  Pois é 🙂

 

Off show:
Documentário  no CCBB pavoroso. Caldo verde maravilhoso. Vinho bom e caro. CD da banda à venda baratinho. Fila da sardinha assustadora, nem comi. na fila do vinho, conversei em espanhol com uma canadense 🙂 O show atrasou porque os microfones resolveram ficar mudos. Bateu medo do problema técnico reaparecer durante o show. Teve um pouco de microfonia. Felizmente a ameaça do organizador não se cumpriu: Deolinda não dividiu o show com nenhum artista brasileiro!

Música Latina 2015

Eis a mais aguardada lista do ano \o/

SPOTIFY

DEEZER

Esse ano foi molezinha para ouvir música: Tava tudo no Spotify. Para encontrar, continuei com meus blogs, sites de música e também tive duas fontes interessantes: os canais de tv Music Box Brasil, Play TV, Mix TV e a rádio Antena 1!

A Playlist tem 19 músicas e 1h40 de duração.

Eu queria colocar no Grooveshark, mas ele morreu. Vai ter que ser no Spotify e no Deezer mesmo. Malditos capitalistas, pode nem compartilhar música de graça mais não!

Bruno Batista – Pois Zé e Incêndio. Era pra ser uma música de cada disco/artista. Era.
Tulipa Ruiz – Elixir. Pra quem passou o ano cansada com a lombriga na clavícula, pé e costela do esqueleto.
Leo Cavalcanti – Sonho Parasita. Por causa das palestras que minha ex-chefe costuma dar lá no escritório, reconheci um disco baseado na doutrina espírita. Ao contrário das palestras, o disco do Léo é divertido. E as letras são ótimas.
Ana Tijoux – Oro Negro. rap protesto contra a exploração dos recursos naturais nas partes mais pobres do planeta, de guerras em nome de Deus e da liberdade. Momento mão no vespeiro.
Criolo – Pegue pra ela. pop nordestino com letra meio djavanística
Pato Fu – eu era feliz. Nem de longe se compara com os sucessos antigos do Patu Fu, mas pato Fu fraquinho ainda é bom.
Funanbulista – El Tango que me parió. tango-rock pra cantar a plenos pulmões no chuveiro. Ou pelado na janela, que nos vea la gente!
Outra Realidad – Diana Fuentes. bolero – rock de uma menina que canta direitinho e é cunhada da Ileana Cabra, ou seja, responsabilidade.
(Ileana lança disco solo ano que vem. Nem saiu e eu já botei na lista de 2016)
Carolina Camacho – Pal cielo. pop electroafropop de Santo Domingo. Da linhagem da dona Rita Indiana.
Tom Zé – Salva a humanidade. Pode escutar sem medo. Tom Zé não morde.
Projota – O Astronauta. Projota paz e amor.
Rael – Hoje é dia de ver. Rael, dá umas aulas pro Projota de como fazer som digerível pras massas mas sem perder a relevância das letras. Rael foi quem me fez sofrer mais na hora de cortar. O disco inteiro é bom.
Ximena Sariñana – La vida no es fácil.  Ximena faz a linha pop com classe. Nesse disco saiu-se muito bem.
Francisca Valenzuela – No esperen mi regresso. Repete a linha da Ximena aqui. Mas a Chica sempre foi mais divertida.
Biltre – Pissaicou. Falando em diversão pura…
Scott Bradlee and the Postmodern Jukebox, com Robin Adele nos vocais – Wake me Up (despiértame). Gente, isso é um grupo americano de youtube. Vai lá ver e volta daqui a duas horas pra dizer que está viciado.
Criolina – afinado a fogo
Francisco el Hombre – La Pachanga
Se ano passado o melhor disco de música latina estava em português e era de Portugal, este ano os dois melhores discos de música latina estão em português, portunhol, espanhol, e são os dois brasileiros! Tá, dois terços de Francisco, el Hombre nasceram no México mas estão radicados no Brasil. Já Criolina é maranhense. Nos dois discos encontramos sonidos tropicales poderosos!

SPOTIFY

DEEZER

As melhores músicas pra não se ouvir 2015 (AKA Grammy Latino – indicados)

Saiu a lista dos indicados ao Grammy Latino 2015, enqanto eu estava presa no engarrafamento da Avenida Brasil. Todo ano a mesma coisa! (Eu no engarrafamento. Ah, a turma de indicados também)

Tulipa Ruiz foi indicada ao prêmio de revelação. Estão um pouco atrasados, né.

Julieta Venegas lançou um single e já foi indicada.

Eles ignoraram Francisca Valenzuela!

Eu vou deixar Julieta para o ano que vem. No ano passado, eu deixei Francisca par mais tarde. E ela emplacou músicas na minha hit parade.

Ana Tijoux foi indicada ano passado por um single. O disco saiu e também foi ignorado. Entre as fofinhas Natália Lafourcade e Ximena Sariñana, eles preferiram Lafourcade. Eu não. Dentro do estilo “musa alternativa folk durmo muito”, eles também indicaram a Banda do Mar ¬¬

O Brasil mando a turminha de sempre – assim como todos os outros países. Este ano temos a volta do prêmio Alejandro Sanz. Da turminha de sempre, me gusta Lenine e Pato Fu. A Academia não conhece Criolo e Tom Zé. E vamos fingir que não sabemos que o melhor disco em português, Mundo Pequenino, não foi ouvido ano passado e não consertaram a injustiça esse ano.

Tem um reggaetón sem vergonha do J Balvin que eu incluí na minha lista de réveillon e tinha tirado da lista Música Latina. Acho que vou botar de volta 🙂

A lista da Aline sai no dia 18 de novembro 🙂