Fechei o outro blog, de novo.

Eu fui lá no blog Exercício de Otimismo Insano para fechá-lo, mas depois vim aqui e vi que eu já tinha fechado.

Isso significa que eu não tinha fechado coisa nenhuma.

Esse é o espírito do Exercício do Otimismo Insano, que vou levar comigo para o resto da vida.

Saúde mental na pandemia – como fingir que tenho.

Eu uso o combo ônibus – trem – metrô pra trabalhar. Saio duas vezes por semana, “feliz” por que vou “passear”! Só tem que abstrair do povo sem máscara ou com máscara cenográfica. Eu já viajei sentada nesse último ano mais vezes do que nos dez anos anteriores.

Voltei a estudar no trem. De janeiro a meados de março de 2020, eu tinha medo de contaminar o celular e o e-reader.

No trabalho eu fico feliz porque encontro gente! Quando atendo público, conheço novas pessoas!

E ainda tem o bônus do bronzeado: no meu apartamento não entra sol, então no caminho pro trabalho eu não ando na sombra, vou torrando no sol.

Matei a vontade que tinha quando era criança de cortar meu próprio cabelo sem me importar se fica horrível ou não (e fica).

A coisa mais idiota que fiz foi entrar nas cotas da festa de fim de ano. É para o reveillon 2022. Acho que fiquei motivada pois há muito tempo a família não me convidava para nada. As reuniões de família aconteceram normalmente em 2020 e depois de eu ter recusado os primeiros convites, pararam de convidar. Enfim, me chamaram para pagar a festinha de ano novo e eu paguei, sem ter a menor ideia se haverá condições de ir…

Estou fazendo exercícios dentro de casa. Tem uma dancinha e uma professora de aeróbica (acho que não se fala mais “aeróbica”). Pelo menos duas vezes por semana. Quando vou ao trabalho, subo as escadarias no trem e no metrô correndo. Não faço porque gosto e estou até agora esperando aquela historinha de que “o corpo acostuma com a serotonina liberada e você sente vontade de se exercitar “. Se eu não me exercito, sinto dores nas articulações, no ombro, no pescoço, e essas dores é que me dão vontade de me exercitar, mas quando eu me exercito as dores somem e na sequência, a vontade de me exercitar também some, aí as dores voltam.

No meu núcleo familiar ninguém adoeceu. No núcleo extendido, duas pessoas, sem graves consequências. No condomínio também não perdemos ninguém. E nenhum colega de trabalho.

Saudades de ficar junto da minha mãe e brincar com o cachorro em cima da cama dela.

Vestibular Cederj 2020-2: prova em Nova Iguaçu

Comentários para quem vai fazer a prova se deslocando em trem + ônibus. Não vou dar todo o meu trajeto. Vamos pegar a estação de transferência de Deodoro. Quem vai no ramal Santa Cruz sentido Centro tem que fazer transferência para o ramal Japeri aqui. Quem vai de Santa Cruz sentido Santa Cruz tem várias estações de transferência pelo caminho, Deodoro é a última. E se você já vai no ramal Japeri, pelo menos vai ter uma noção de tempo. É a partir de Deodoro que começa minha contagem.

Na última vez que fui à Rural de Nova Iguaçu, levei 47 minutos do momento em que entrei no trem em Deodoro até o momento que saí do ônibus em Moquetá. Leve em consideração que:

  • Você tem que estar na plataforma quando o trem chegar. Para de rir do óbvio, que o negócio é sério: se perder o trem, o risco de levar portão na cara é altíssimo. É trem. Domingo. Manhã cedinho. Na pandemia. No ramal Japeri. Na semana em que a Supervia aumentou (MAIS) o intervalo entre as partidas. É tenso.
  • E o trem vai estar cheio. Sim, é de manhã, cedinho, sentido Japeri, na pandemia, ainda assim vai estar cheio.
  • Chegando na estação Nova Iguaçu, saia pelo lado direito. Os pontos de ônibus ficam bem na entrada da estação. Qualquer um daqueles ônibus passa na Rural, tanto que eu nunca aprendi o número das linhas. MAS eles demoram a sair. Saindo, levam no máximo 20 minutos até a universidade. Mas como eu já disse, eles demoram a sair! Os motoristas conhecem a “turma do Cederj”, eles costumavam avisar à fila se vai dar tempo ou não, e também sabem onde vocês têm que desembarcar. ANTES DA PANDEMIA, pelo menos, era assim. A última prova da “turma do Cederj” aconteceu em 1º de dezembro de 2019. (Quer dizer, eu acho, talvez tenha tido prova no final de semana seguinte, eu não vou lembrar dos grupos de prova… mas não passou disso, antes do natal.)
  • Você desembarca do ônibus ao lado de uma rodovia. Do lado errado. E não tem sinal. Muito raramente havia agente de trânsito pra ajudar a travessia. Se você é míope, ou lerdo, ou um lerdo míope (essa sou eu), vai conseguir atravessar (vivo) porque até 8h da manhã o trânsito ainda está leve.
  • Ah, o portão da universidade vai fechar às 8:50h e ele é um pouquinho longe da rampa de acesso às salas. Se você passar correndo pelo portão, ainda vai ter que correr pelo pátio e também rampa acima. Já fiz isso e depois perdi meia hora de prova esperando a alma voltar pro corpo. Nas provas da faculdade, a tolerância entre portão e sala de prova é de 15 minutos. No vestibular, são 10 minutos!

Vamos voltar aos tempos, que é o que interessa aqui. Do embarque em Deodoro ao portão em Moquetá reserve 50 minutos.

Programe-se para chegar com uma hora de antecedência! Essa é a margem de segurança prevista em edital e que deve ser suficiente para compensar os possíveis contratempos nesse trajeto!

Eu deveria estar lá no outro domingo, fazendo provas da faculdade… Se você vai fazer Letras, no próximo fim de semana de provas a gente se vê, porque você vai entrar. Boa prova! 🙂

Obrigada

Eu acabei de fechar o Exercício de Otimismo Insano.

Acabou a luz aqui em casa durante a suspensão da corrida. Em outros tempos e levantaria do sofá e sairia calmamente a procura de um botequim. Felizmente, a luz voltou enquanto eu estava calculando se valia a pena quebrar a quarentena pra terminar de ver a corrida.

Marcelo não tava sabendo de nada. No fim da corrida, ele chorou comigo.

Meu time foi vendido!

O que a gente faz numa situação dessas?

“seu time” é um dos componentes da identidade. Não dá pra se desfazer dele. Mas se ele se desfaz, o que acontece?

Não que eu não tenha me preparado para a notícia. Não foi nenhuma novidade. Mas como funciona agora?

Podia fazer como o Marco Antônio : humor. Mas já fiz muito, e nunca quis cruzar a linha do humor depreciativo, aquela do “te bato porque você me faz sofrer”. Meu humor sempre foi protetivo, até atingir a barreira do “você não me ajuda a te ajudar”. É o fim do otimismo insano.

Aceito conselhos de torcedores da Lotus.

Escrevendo no meu bloguinho

Olha o blog aêeee!

Eu tenho postado muito no Instagram. É um Studygram, um Instagram só sobre estudos (e cdf é a mãe). Aí fiz um texto muito grande pra rede social de fotinhas, e que falava mais dos meus pobrema do que de estudos, então voltei para o blog.

Sobre a pandemia: eu estou amando ficar trancada dentro de casa. Estou amando não ficar quase 4 horas por dia no transporte público, em pé.

Os primeiros dias foram muito difíceis. Havia (outros) problemas de saúde na família. Quando soube do primeiro conhecido que pegou covid, a notícia era a do falecimento. Fui para casa e passei dias observando minha respiração, que estava difícil e com tosse no alto do pulmão que piorava à noite. A cada dia o medo aumentava, até que eu fiz as contas e vi que se fosse covid eu já tinha morrido, tinha passado tempo demais com falta de ar. Um mês depois do início da quarentena, o alergista me diagnosticou com asma.

E minha mãe, malcriada no início da quarentena? Pedi a ela pra não ir mais à igreja e ela respondeu “obrigada pela recomendação”. A mãe não é seca comigo. Ou é carinhosa ou é estúpida. Eu fiquei muito indignada. Ela só parou de ir porque a igreja fechou.

Voltei a escrever um diário, porque não vou colocar todas as loucuras da minha cabeça no blog (sim, sou mais doida do que aparece aqui).

Tranquei uma disciplina muito difícil porque estava sem força. Perdi um dinheiro em um curso muito caro, porque vi que não ia acompanhar e a professora disse “faz no seu ritmo”. O curso também não cumpre cronograma, a professora já pegou covid, já tá boa e eu nem olho mais. Fiquei “com ranço”. Aí descobri que bons cursos online costumam oferecer “degustação”, pois é normal que o aluno perceba que o curso não é o que ele pensava. A experiência serviu, e me matriculei num curso de Libras maravilhoso, depois de ter feito a “degustação”.

Ah, eu faço faculdade Ead. Pois bem, ficamos quase um mês parados pois o Cederj não sabia o que fazer. A UFF sabia. A UFF EaD quis suspender o semestre. A UFF Presencial quer adotar EaD para 2020-2 e os alunos são contra. Acho que deveríamos trocar: os alunos presenciais passam para a EaD, cuja coordenação quer ficar parada, e eles que parem juntos, enquanto nós passamos para a presencial / remota e continuamos 😀

Formações imaginárias

Eu tinha mesmo que fazer análise. Vamos fazer Análise do discurso, então.
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Em Linguística, estudamos o conceito de formações imaginárias, de Michel Pêcheaux. São os papeis que os sujeitos atribuem uns aos outros. No comentário da imagem, tirado do Facebook, vemos um exemplo da formação imaginária “CDF”: é um rótulo indesejado. A estudante estava se desculpando por não poder doar suas apostilas. Ela disse que estavam marcadas, sublinhadas. Alguém me respondeu que haveria quem não se importasse. A estudante, então, explicou que os livros estão muito desgastados e falou que agora que não temos os livros em papel ela vai usar fichas. Mas antes disso, precisou se preservar pois não queria acionar uma formação imaginária negativa: a CDF.
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Aos 12 anos eu ficava muito triste por ser excluída e xingada por gostar de estudar. E continuar gostando, apesar disso me tornar persona non grata. Gostava de estudar, mas me sentia mal, como alguém que está fazendo uma coisa horrível, é odiada por todos e mesmo assim não consegue mudar.
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Eu tenho muita raiva do rótulo de CDF. Aqui não tem “mas”, não me desculpo mais por ser quem eu sou. Quando as pessoas que estão ao meu redor hoje acham que eu estou exagerando, riem e me chamam de Dexter, o menininho chato do desenho. Dexter é chatíssimo, mas é uma imagem menos desagradável do que CDF.
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No mesmo dia eu que vi esse post, fui ao alergista e ele me perguntou “você é professora, não é? Ah, não? Mas você deve ler muito…”. Eu não sei que é que eu tenho que ativa essa formação imaginária. E não precisa ser em conversa, porque até correndo atrás do ônibus, ouvi o fiscal gritando pro motorista “espera a profesôooooora” – e ele esperou. Quando eu corria atrás do ônibus de uniforme de aluna eles nunca esperavam…

História de dentista

Foi na sexta-feira, dez horas da manhã. Eu estava na cadeira da dentista, com o bocão aberto, e ela com um alicate enorme lá dentro passando um arame farpado, lembrou de me perguntar:

– vai votar em quem?

Ela estava na campanha do vira voto 😀 No meu caso, não precisava, mas é assim que se explode a margem de erro das pesquisas eleitorais. Ela deve ter conseguido 100% de adesão!