Deu a louca na lista

A lista de discussão de podcasts no gmail ressurgiu na minha inbox. A chama reacendeu com a convocatória para um acordo com o ECAD.

Deixando claro a minha posição: não participo desse acordo nem se o ECAD resolver patrocinar meu time!

Tá rolando agora uma discussão sobre publicidade em revista, se deve ser paga ou se devemos provocar uma reportagem, e também se podcast é coisa de nerd, de geek, e se aparecer na Veja é suicídio e qual é a melhor forma de educar o povo.

Na parte do “educar o povo” eu desisti de continuar.

Há um ano atrás eu conhecia todos os podcasts de automobilismo nacionais, inclusive aqueles que duraram 2 edições apenas, inclusive os que se diziam podcast e faziam upload para o Rapidshare e publicavam o link em fóruns. Hoje em dia, vira e mexe eu sou surpreendida por um podcast que já está em atividade há muito tempo sem que eu o conhecesse. Não fui eu quem deu o start, foram o Grande Prêmio e o Voando Baixo, o mais famoso site de atomobilismo do Brasil e o blog do Globo OnLine. Mas muitos dos iniciantes tomaram coragem de pegar o microfone quando viram que além da grande mídia, dona Aline também lava, passa, encera o chão e produz podcast. Dos iniciantes de hoje muitos nem sabem que era Aline Multiply e quando eu tento entrar em contato eles se retraem. Acho que é o vício que a gente ainda traz de outras mídias, de que existe uma concorrência pela audiência.

Eu entrei em contato com alguns podcasteiros para perguntar umas coisas, umas minhocas que seu Eddie Silva enfiou na minha cabeça. Não obtive resposta. Existe uma Podosfera, os shows de automobilismo começaram a se multiplicar no ano passado e essa fase está longe de passar, mas eu não tenho a ilusão de unir todos numa só direção e formar um grupo coeso para obter o resulado positivo, bla bla bla. Mas podiam me fazer a elegância de responder o email, pelo menos :-/

Eu falei com uns moços que já saíram em revista, assim como eu. Minhas tias compraram a revista, falaram de mim no salão de beleza, mas não sabem o que exatamente eu faço. Só sabem que eu gosto de corridas, de música esquisita e de uns fones caros (comparados com os do camelô, pôxa). Minhas tias são pessoas simples, mas não são semi-alfabetizadas, ignorantes, nem precisam ser educadas por mim nem por ninguém. Não me incomoda nem um pouco que elas prefiram ver novela mexicana, ainda que eu prefira La Lola. O que me incomoda é o preconceito com gente como elas, como se a internet estivesse dividida em castas, dos esclarecidos até os desmiolados que gostam do orkut.

A lista e o “sindicato dos podcasteiros brazucas” estão em busca de um modelo de negócios para a, cumé que se escreve? monetização do podcast, creio. Só que os blogs profissas não transformaram os bloguinhos amadores em foras-da-lei.

Dona Aline está com tempo pra blogar e até pra almoçar hoje! Santo incêndio na garagem aquele de ontem 😀

8 comentários sobre “Deu a louca na lista

  1. Não chega a ser raiva, Rafael.

    O ECAD vai cobrar pelo uso de músicas no Podcast. A negociação partiu da ABPOD pois sem isso é inviável a criação de um modelo de negócios para o podcast. Até aí, tudo bem. Os problemas começam para os podcasts amadores que não desejam pagar. Não existe legislação a respeito, da mesma forma que eu toco o que eu quero e dane-se o mundo, um advogado de gravadora que não tenha nada o que fazer pode ir ao podomatic, pegar minhas setlists e me mandar uma fatura. “Ó, são só R$1.500,00 e você fica livre de aborrecimentos, visitas ao Fórum, etc, etc.”

    Eu uso músicas comerciais, sim. Não ganho um centavo com podcast. E diga-me: quando foi a última vez que você ligou seu radinho FM e ouviu a música nova do Amparanoia? do Aterciopelados? do Café Tacuba? A nova do Amaral (em breve, no Mondo de Aline #75 😀 ) É isso o que me interessa, fazer um programete no estilo do que eu gostaria de ouvir.

    Eu não quero rivalizar com podcasts musicais como o do maestro, nem com o podcast de F1 da Globo, nem com o de música latina do Globo (Ih, esse morreu na 3ª ou 4ª edição…). Eu gostaria de continuar amadora e independente. O fato da ABPOD assinar um acordo com o ECAD vai me transformar oficialmente em fora-da-lei. O pior é que eu já matei minha curiosodade de andar de viatura, não queria correr esse risco de novo.

    Não é raiva, é contrariedade. Se podcasteiro tiver que usar crachá e pagar mensalidade para o ECAD (quando é que chega a minha fatura da FIA?) eu simplesmente vou parar. Eu não vivo disso nem para isso.

  2. Oi Aline,

    vejo a coisa de um modo diferente:
    nao foi a ABPOD que chegou pro ECAD e disse “Queremos pagar!”

    Querendo ou nao, mesmo nao existindo ainda um modelo do Ecad para podcasts, se você toca música “gerenciada” pelo Ecad e nao paga, você *está* “fora-da-lei”.

    A questao é que até agora o Ecad nao correu atrás de ninguém, mas mais cedo ou mais tarde isso vai acontecer. E antes de isso acontecer, é melhor fazer um acordo antes do que ter que pagar uma fortuna depois…

    Aqui na Alemanha por exemplo (veja o email que mandei pra lista), se você quer tocar músicas no seu podcast você tem que pagar muito mais, e ainda por cima tem condicoes absurdas que eles exigem. É que eles foram mais rápido que o Ecad brasileiro. E é por essas e outras que a ABPOD está negociando com o Ecad…

    []s

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