Minha garganta estranha

No dia 20, feriado do santo padroeiro do Rio, acordei após um pesadelo.

Pesadelo

Sonhei que liguei a tv numa bela manhã de domingo e dei de cara com baratinhas na pista. “Como assim???” A temporada 2010 da F1 havia começado, aquela era a segunda corrida da temporada (apesar de ser uma manhã de domingo e Austrália é de madrugada, é sonho, quer deixar?) e eu perdi a largada. Aliás, perdi a primeira corrida também. Liguei meu radinho (provavelmente na Bandnews) pra tentar entender o que estava acontecendo e fiquei sabendo que no Barhein, primeira corrida, Rubens completou a prova na 19ª posição.

Décima nona? Nãaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaao!

Aí eu caí da cama e acordei

Faça alguma coisa

A gente acorda meio esquisto de um pesadelo, né, e eu sentia que se a Williams terminasse a primeira prova da temporada em 19º eu tinha parte da culpa. Eu que não estou me aprofundando nas notícias de F1, eu que não estou pesquisando, nem escrevendo, nem gravando podcasts, eu teria culpa numa colocação horrorosa como a décima nona. Não me pergunte por que eu teria mais culpa do que o Sam Michael, o Ed Wood, nosso projetista de carros e filmes B, os caras da Cosworth… Do Rubens eu nem falo porque o pesadelo não mostrou o que aconteceu, vai que o Kobayashi bateu nele? Japonês exibido, que ganhou fama porque segurou o Jenson em SP. O Kazu segurou o Coulthard em São Paulo, e o Coulthard é tão ruim quanto o Jenson, e ao contrário do Jensinho ele não estava passeando com o regulamento debaixo de um braço e a taça debaixo do outro, ele tava correndo.

Inveja do japonês alheio detected

Eu espero que ninguém da F1 leia isso aqui, daqui a pouco eu vou lá no Lynwilliams dizer “que bom que o koba arranjou um carro”.

Tira Poeira

Bem, eu acordei assustada e decidi que tinha que fazer alguma coisa, e o que eu podia fazer era tirar a poeira dos meus blogs. Foi aí que começou o outro pesadelo, o real. Tinha tanta poeira e ácaros que meu deu uma reação alérgica daquelas. No Lynwilliams eu juntei os vídeos do anúncio de Rubens na Williams e as entrevistas. No Mondo de Aline, eu catei umas fotinhas que guardei para um post sobre música, uma idéia que nasceu lá no twitter. Não posso dizer que o twitter não serve pra nada, às vezes eu começo a escrever lá, percebo que 140 toques não dá pro gasto e crio um post legal. Faltou só escrever o post. Era (era não, será!) sobre o aparelho de som mais antigo de que me lembro na minha casa.

Vídeo da apresentação de Barrichello e foto de um rádio National? O que é que eu queria, uma rinite? Pois veio uma sinusite galopante.

O SAMU não veio

Passei a quarta-feira a base de antigripal. À noite piorei. Descobri o que é “mialgia”: dói da raiz do cabelo até a unha do dedinho do pé. A dor é itinerante, quando dói num lugar só (ou em todos de uma vez) até dá pra acostumar com ela e ignorá-la, mas quando eu me acostumava com a dor na costela ela me dava um chute no pescoço. Deitei no sofá, no chão, na cadeira, tomei banho, tomei remédio, e não adiantou.

Na manhã de quinta-feira, achei o ponto de infecção: duas bolas de golfe no lugar das minhas amígdalas. Legal, garganta inflamada pela 2378499ª vez. Benzetacil na bunda! Dói pra cacete, mas age super rápido. As dores no corpo desparecem em menos de 12 horas, em 24 horas a garganta desinflama e depois sobra só o calombo dolorido na bunda por uma semana, mas como eu já disse, é mais fácil acostumar com essa dor e ignorá-la. O problema é que os médicos não estão mais aplicando benzetacil. Dizem que os efeitos colaterais não compensam o risco e que devido ao abuso dos pacientes as bactérias adquiriram resistência.

Aposto que disso eu tenho culpa. Benzetacil na bunda 4 vezes ao ano do nascimento até os 25 anos, mais ou menos… O problema é que as bactérias super-resistentes moram na minha garganta e não há efeitos colaterais  piores do que os que elas me causam!

A dor no corpo era muito forte. Pedi a Marido pra chamar a ambulância. Ou eles me aplicariam a injeção ou me levariam até a emergência. A idéia de levantar da cama, atravessar a rua, entrar num ônibus, descer e caminhar até a emergência do hospital particular parecia inviável. Eu já estava meio surda de tanta dor! E aquelas cadeirinhas de consultório não são nada confortáveis pra se rolar de dor sobre elas. Eu estive por lá no meio do ano passado…

Questão de motivação

Eu tenho plano de saúde, mas não tenho carro! E também pago pelo SAMU! Mas o médico que faz a triagem disse que uma pessoa de 32 anos com garganta inflamada não corre risco de morte, eu não tinha direito à ambulância.  Depois, dias depois, eu disse a Marido que nós poderíamos ter ido de taxi, mas táxi é um luxo tão raro em nossa vida que a gente nem lembra que ele existe. O médico pediu pra falar comigo ao telefone.

– O que é que está acontecendo?

– garganta… dói… corpo… tudo…

– Qual é o hospital público mais perto de sua casa?

– Sei lá… Albert Schweitzer, eu acho.

– Então você vai lá no Albert pro médico ver se é garganta mesmo e te passar a medicação.

Pois é, nada mais do que uma questão de motivação. Levantei-me, coloquei um sutiã, mas recoloquei a blusa de dormir que usava. Saí de chinelão, descabelada, blusa e bermuda de dormir. Disse a Marido, ao descer a escada (moro no 3º andar, prédio sem elevador) que sentia meu corpo tão pesado como se estivesse descendo a escada carregando minha bicicleta. Tomamos o ônibus, descemos à distância de um quarteirão da emergência do Real Cordis e rolei de dor naquelas cadeirinhas de consultório.

O médico do SAMU tinha razão, eu não estava à beira da morte. Albert Schweitzer só se me levarem pra lá, se me acharem inconsciente e sem documentos no meio da rua. Fora isso, eu vou até de bicicleta pra qualquer hospital particular.

Era sinusite

Os exames mostraram que o foco da infecção estava nos seios da face, daí aquela dor de cabeça horrenda. Não pensei em sinusite porque normalmente me dói nas maçãs da face e o nariz entope, mas a minha alergia respiratória não se cansa de me surpreender com recôncavos infeccionáveis que eu nem sabia que existiam.

Me aplicaram uma injeção, mas foi um antiinflamatório na veia. Benzetacil na bunda está mesmo banida. A dor no corpo passou ao longo do dia, mas a dor da contração muscular, como as que sentimos depois de um exercício forte, essas levaram dois dias pra sumir. Sumiram hoje, por isso consegui sentar e escrever! Também tive dificuldade pra dormir, enjôo, inapetência e gastrite (uau). Fiquei de quinta a sábado na casa de mamãe, claro! Ela me recebeu e se despediu de mim reclamando que eu não como 😀

Semana que vem

Estou com uma aparência desastrosa (ninguém quer fotinha, né?), não posso ajeitar o cabelo (massagens, cabelo molhado, secador, não!!!!), perdi peso, ganhei olheiras de panda…  Tô parecida com a Maria Gadú. Isso porque levei 3 dias pra me olhar no espelho, saí do hospital parecendo uma… uma… uma modelo do SP Fashion Week (aaaaaah)!

Semana que vem é meu aniversário, espero estar recuperada, vamos almoçar fora e mamãe vai ver se eu como não como!

5 comentários sobre “Minha garganta estranha

  1. Aline!!!!!!!!!!!
    Perdi o fôlego só de ler!
    Menina maluquinha, completamente maluca…
    Espero que esteja melhor… beba muita água, durma cedo, e abuse das verduras, legumes e frutas.
    Vamos aumentar essa resistência, para não passar mais nenhum perrengue este ano!!!!

    Affff

    Beijo!

    Vick

  2. A autora do blog apagou o comentário original e deixa um recado:
    Cai fora, spammer da terceira idade! :-/

    1. ahá, descobriu que o comentário tava no post errado? 😀 Liga não, Rubens, diz pra eles “Com as pedras que me atirares construirei meu castelo!”
      Mas é claro que The Hulk vem arrebentando. Não dou 3 corridas pros fofoqueiros o colocarem na Mercedes, no lugar do ouro Nico. Ou do véio, se o pescoço esiver dodói!

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